Diz a lenda que a ponte, a Arcã e cruzeiro foram construídos pelo diabo de noite, que prometeu fazer também uma estrada da ponte até à povoação em troca da alma de uma moça que lha entregaria, para mais comodamente passar o rio a fim de ir buscar água a uma fonte sita na margem esquerda. Segundo o contrato, o diabo daria a ponte concluída numa só noite, antes de cantar o galo. Quanto mais afanosa trabalhava uma legião de demónios carreando, aparelhando e assentando pedras, cantou o galo. Que galo é? - perguntou o rei das trevas infernais. - Galo branco - responderam-lhe. Ande o canto - ordenou ele. A breve espaço novo canto. Que galo é? Galo preto. - Pico quedo vociferou ele. Faltava apenas uma pedra para assentar nas guardas da ponte e assim ficou, por mais vezes que os homens tenham lá colocado, aparece derrubada pelo diabo no rio na noite seguinte. Lenda semelhante é apontada a respeito da calçada de Alpajares, também conhecida por Calçada Mourisca, e à ponte a ela ligada no termo de Poiares, que causa pasmo pela sua duração de tantos séculos (Alves, 1934).
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