Facto curioso, é o das pessoas se conhecerem por alcunhas que passam de geração em geração, e não pelos nomes próprios. Existem uns versos que falam das alcunhas da aldeia.
O povo da minha aldeia
Pacato e trabalhador
Mesmo na sua odisseia
Nunca perde o bom humor
È ordeiro e tolerante
A seu modo cativante
Calha bem em todos nós
È chistoso, tem chalaça
Alcunha com muita graça
Isto vem dos seus avós
Na minha aldeia as alcunhas
Pelo seu uso normal
A meu ver são testemunhas
De um convívio fraternal
Das que são mais engraçadas
Citarei o Ti Cortiçadas
O Semeú e o Ti Rilhão
E agora me está lembrando
O velho Ti Cagandando
O Bilontras e o Purrão
E visto dar-me na telha
Citarei o Ti Rinhau
Mais o Ti Queixo da Velha
E o velho Ti Calhabau
O Prinol e o Ti Zambumba
O Ti Polho e o Ti Caçumba
O Moscanho e o Patacão
Mas no tempo que isto foi
Existia o Ti Põe Põe
O Canista e o Cagão
Vem agora o Ti Sachola
O Chibano e o Marantéu
O Pilheiro, o Sarabola
O Botalame, o Balhéu
O Pachorgas, o Ti Cucu
O Proche que foi maluco
O Boleira e o Zé Cão
O Ti Espreita, o Ti Mocho
O Bandalha, o Ti Chôcho
O Faringas e o Janão
Também entram na parada
O Piriquito, o Palê
O Chicote e o Faisenada
E o Chorinca por mercê
O Cacipreto, o Caraço
O Canote, o Ti Velhaco
O Tornesos, o Ti Landum
O Bonanzola, o Pachana
O Gandona, o Laritana
O Pilatos e o Catum
Na minha aldeia a chalaça
È deveras singular
A todos enche de graça
Só a mim me faz chorar
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