terça-feira, abril 26, 2005

Saudades...

Avó Leonor

Recordações

O passeio foi inesquecível!
Uma das coisas que mais me impressionou, foi encontrar pessoas nos vários locais visitados que ainda se lembravam dos avós e dos nossos pais.
Agora, vamos tentar preservar tudo o que vivemos neste fim de semana, quer através da edição dos filmes, gravações e fotografias. No blog e em formato DVD e/ou CD.


sexta-feira, abril 22, 2005

Torre de D.ª Chama: lenda

Há na província de Trás-os-Montes umas esculturas zoomorfas em pedra representando quadrúpedes, conhecidos por porcas ou porcos, segundo indica a marcação sexual clara nuns, irreconhecível noutros.
Idênticas esculturas encontram-se nas províncias vizinhas de Salamanca e Zamora. Em Portugal são desconhecidos fora da região transmontana.
No Outeiro sobranceiro à vila, onde têm aparecido várias antigualhas romanas e pré históricas, é que segundo a lenda, existia a torre habitada por D. Chama, castelã lúbrica, sempre pronta a dormir com quantos cavaleiros a procuravam e, para que não divulgassem o segredo de que tinha pernas de cabra, mandava-os matar no dia seguinte. Um dos mais ardiloso tirou-lhe o anel do dedo enquanto dormia e, ao sair, apresentou-o aos guardas do castelo como sinal de aliança com a dama, que o deixaram passar.
Quando acordou e deu por falta, mandou os criados após o fugitivo, gritando-lhe: a dona chama, a dona chama; de onde o nome de D. Chama à vila, mas nada conseguiram, e então ela, vendo-se desacreditada e descoberto o segredo, ficou encantada com os seus tesouros e a lira popular a dedilhar (Alves, 1934):
D. Chama chamorra
Pernas de cabra
Cara de senhora

Palácio dos Távoras



MirandelaTávoras

No ponto mais elevado do cabeço outrora denominado de S. Miguel e para o qual foi transferida a vila de Mirandela em 1282, e talvez mesmo no próprio local existiu a alcáçova de D. Dinis mais tarde aforada para lhe evitar a ruína, construíram os Távoras um palácio para sua residência acidental. Esse palácio tal como existia em 1963 é assim distrito no tombo desta data.
Como a reedificação do Paço coincidiu com o da igreja matriz, sua vizinha, crê-se que nisto andou a vontade do marquês de Távora (servida pelo consentimento do reitor João Pinto Cardoso), conseguindo a troco de auxílios pecuniários e de material de construção que o templo se erguesse um quase nada desviado para o sul a fim de mais desafrontado ficar o seu novo Paço. O que leva a crer em tal deslocamento é o facto de no chão de rocha correspondente ao que teria sido o anterior pavimento do corpo da igreja, e que faz hoje parte do largo em frente do paço, se conheceram ainda não há muitos anos distintamente talhadas na rocha sepulturas de diversos tamanhos.
Desaparecidos os Távoras, passou o Paço em 1768 com os mais bens do morgado, como já dissemos, para a posse dos condes de S. Vicente. O auto de posse do Paço, etc. é datado de 28 de Abril daquele ano, e diz que o alcaide do concelho entregara ao procurador do empossado as casas do Passo com todas suas pertenças. O próprio Paço quase se deixou ao abandono, não lhe fazendo reparações algumas, chegou ao ponto de nele chover como na rua, não podendo por isso continuar a servir de aposentadoria aos corregedores ou provedores que em serviço vinham a Mirandela. A ultima vez que ali se aposentou um destes funcionários foi em 1814.
A capela, que lhe ficava contígua, já em 1818 se achava em tal estado, devido á incúria anterior, que o administrador de então, para salvar ainda o que dentro dela havia, teve de entregar tudo, até o próprio sino, à guarda da Santa Casa da Misericórdia, em cuja posse se encontram, sem que nunca houvessem sido reclamados, tais objectos.

Alheiras de Mirandela

gatronomia_001

Numa breve resenha histórica pode-se referir que as alheiras teriam surgido nos fins do século XV. Fazendo parte desde longa data da alimentação da grande maioria das gentes transmontanas, poder-se-á dizer sem ironia que a “alheira” teve como causa próxima do seu nascimento, uma acção político-económica do rei D. Manuel I, definida pela expulsão dos judeus do país.

Actualmente, as “alheiras de Mirandela”, impõem-se pela qualidade gastronómica e de fabrico, desejando-se que a garantia da sua qualidade e genuinidade passe a curto ou médio prazo pela criação de uma “região demarcada” e simultaneamente pela constituição de uma associação de fabricantes de alheiras.


Ponte de Mirandela: Lenda

PonteMirandela

Diz a lenda que a ponte, a Arcã e cruzeiro foram construídos pelo diabo de noite, que prometeu fazer também uma estrada da ponte até à povoação em troca da alma de uma moça que lha entregaria, para mais comodamente passar o rio a fim de ir buscar água a uma fonte sita na margem esquerda. Segundo o contrato, o diabo daria a ponte concluída numa só noite, antes de cantar o galo. Quanto mais afanosa trabalhava uma legião de demónios carreando, aparelhando e assentando pedras, cantou o galo. Que galo é? - perguntou o rei das trevas infernais. - Galo branco - responderam-lhe. Ande o canto - ordenou ele. A breve espaço novo canto. Que galo é? Galo preto. - Pico quedo vociferou ele. Faltava apenas uma pedra para assentar nas guardas da ponte e assim ficou, por mais vezes que os homens tenham lá colocado, aparece derrubada pelo diabo no rio na noite seguinte. Lenda semelhante é apontada a respeito da calçada de Alpajares, também conhecida por Calçada Mourisca, e à ponte a ela ligada no termo de Poiares, que causa pasmo pela sua duração de tantos séculos (Alves, 1934).

Mirandela (2)

Abandonando também lendas e narrativas de mouros e fadas encantadas, o que é certo é mostrarem-nos as escavações feitas em torno de Mirandela a passagem ou ate a fixação dos romanos por estes lugares. Se nos quisermos, porém, meter dentro dos documentos existentes, o que fica como certo é que D. Sancho I esteve em Mirandela aquando do cerco de Bragança pelo rei Afonso IX de Leão, sendo-lhe dado o seu primeiro Foral em 25 de Maio de 1250, por D. Afonso III. Constituindo o concelho de Mirandela, com a sua magistratura duumviral e os seus peões e cavaleiros, estende ele a sua jurisdição, no tempo de D. Dinis, como se vê do foral dado por este monarca em Coimbra, a 7 de Março de 1921, desde Bragança a Noselos, desde Vinhais ao concelho de Montalegre, daqui o concelho de Lamas de Orelhão, e deste a Anciães e Vilariça.

Mirandela

Relegando para as lendas a derivação de Mirandela, dos olhares apaixonados que das atalaias do seu poderoso castelo sobre ela lançava o rei mouro de Lamas de Orelhão, nos poentes maravilhosos do Norte, aceitamos como boa a derivação que lhe dá o eminente investigador P.e Ernesto Sales, nos seus interessantes "Apontamentos Históricos sobre Mirandela " e o qual seguimos, apresentando-a como um diminutivo de Miranda, e o facto de despirmos Mirandela daquela graciosa lenda, em nada tira o encantamento desta terra.

Peredo dos Castelhanos

Peredo dos Castelhanos é uma freguesia do concelho de Torre de Moncorvo, de cuja sede dista cerca de 15 Kms.
Aparece referida em vários documentos antigos, principalmente a partir das inquirições de 1258.
As suas gentes dedicam-se essencialmente à agricultura e á pecuária. Produzem muita amêndoa, azeite e vinho. Criam ovelhas, vacas e bois. É servida por um autocarro diário.
Em Peredo dos Castelhanos, indo através das Eiras, pode-se subir á tradicional Capela da Srª. Da Glória, onde a vista se alonga e delicia pelas altas e abundosas montanhas e vales em redor, pelas encostas íngremes ou pelo respeitoso Douro lá no fundo. Grande número de povoados e a vizinha Espanha também se podem admirar.
Possui uma Igreja Matriz, agradável de se ver.
A pureza do ar e da Terra e a boa harmonia com o encanto da natureza, transformam Peredo dos Castelhanos num lugar que bem merece estar na rota dos turistas.

Vai Chover !!!

Tempo TM3

quinta-feira, abril 21, 2005

Dormida em Moncorvo

Sábado, pelas 19:00 horas, chegaremos a Moncorvo para jantar e pernoitar na Residencial Campos Monteiro.
Especialidades: cabrito à Campos Monteiro e posta à Campos Monteiro.
Bom apetite!

Campos Monteiro

Abílio Adriano de Campos Monteiro (1876-1934) nasceu e faleceu em Moncorvo, Trás-os-Montes. Formou-se em Medicina, tendo, com Ferreira de Castro, fundado no Porto a revista Civilização, Grande Magazine Mensal, publicado entre 1928 e 1937. Colaboraram nesta revista, entre outros, Aquilino Ribeiro, Florbela Espanca e Teixeira de Pascoaes. Campos Monteiro notabilizou-se como romancista, cultivando o romance de pendor popular e regionalista influenciado por Camilo. As suas obras de ficção foram um êxito de vendas nos anos 20-30. Dedicou-se também à poesia e ao teatro. Obras de ficção: Miss Esfinge (romance, 1920), Camilo Alcoforado (romance, 1925), As Duas Paixões de Sabino Arruda (romance, 1929), Ares da Minha Serra - Novelas Transmontanas (1933). Poesia: O Raio Verde. Sátira política: Saúde e Freternidade (1923).

Poiares: gastronomia

Quanto à gastronomia, os pratos são ricos e condimentados. Todas as famílias fazem o tradicional fumeiro, sendo ele composto por chouriças, salpicões, alheiras, morcelas doces e farinhatos. O presunto do porco é curado no sal durante mês e meio ou dois meses dependendo do seu tamanho e depois é untado com pimento picante. Faz-se o queijo de ovelha e de cabra tradicionalmente, assim como o folar da Páscoa e os económicos(bolos da Páscoa) e no Natal os tradicionais milhos.

Poiares: a tradição das alcunhas

Facto curioso, é o das pessoas se conhecerem por alcunhas que passam de geração em geração, e não pelos nomes próprios. Existem uns versos que falam das alcunhas da aldeia.

O povo da minha aldeia
Pacato e trabalhador
Mesmo na sua odisseia
Nunca perde o bom humor
È ordeiro e tolerante
A seu modo cativante
Calha bem em todos nós
È chistoso, tem chalaça
Alcunha com muita graça
Isto vem dos seus avós

Na minha aldeia as alcunhas
Pelo seu uso normal
A meu ver são testemunhas
De um convívio fraternal
Das que são mais engraçadas
Citarei o Ti Cortiçadas
O Semeú e o Ti Rilhão
E agora me está lembrando
O velho Ti Cagandando
O Bilontras e o Purrão

E visto dar-me na telha
Citarei o Ti Rinhau
Mais o Ti Queixo da Velha
E o velho Ti Calhabau
O Prinol e o Ti Zambumba
O Ti Polho e o Ti Caçumba
O Moscanho e o Patacão
Mas no tempo que isto foi
Existia o Ti Põe Põe
O Canista e o Cagão
Vem agora o Ti Sachola
O Chibano e o Marantéu
O Pilheiro, o Sarabola
O Botalame, o Balhéu
O Pachorgas, o Ti Cucu
O Proche que foi maluco
O Boleira e o Zé Cão
O Ti Espreita, o Ti Mocho
O Bandalha, o Ti Chôcho
O Faringas e o Janão

Também entram na parada
O Piriquito, o Palê
O Chicote e o Faisenada
E o Chorinca por mercê
O Cacipreto, o Caraço
O Canote, o Ti Velhaco
O Tornesos, o Ti Landum
O Bonanzola, o Pachana
O Gandona, o Laritana
O Pilatos e o Catum

Na minha aldeia a chalaça
È deveras singular
A todos enche de graça
Só a mim me faz chorar

Chuva!

Tempo TM2

Pois é.
As possibilidades de chuva no Sábado e no Domingo aumentam cada dia que passa (arghh).
Atenção aos impermeáveis.

Poiares: terra de lendas (2)

Quanto a histórias e lendas também são muitas, como a lenda da Capela de São Paulo. Esta capela já inexistente, localizava-se ao cimo da Calçada de Alpajares.
Reza a lenda que S. Paulo era o protector dos pastores, e que em dada altura surgiu uma epidemia de morte no gado caprino e ovino desta região. Os pastores andavam aterrorizados com as baixas nos seus rebanhos. Um deles mais aflito, dirigiu-se à Capela de S. Paulo, e com toda a devoção, prometeu ao santinho o melhor exemplar da sua peara para que ele afasta-se a peste que estava a dizimar o seu rebanho.
E o santinho da sua devoção fez o milagre e a peste desapareceu. Impunha-se à consciência do pastor, simples e crente, cumprir a promessa. Para isso escolheu a cabrinha mais bonita e aleitada do seu rebanho, prendeu-a a uma corda e foi até à capela entregá-la como se fosse um precioso tesouro. Ao chegar ao altar do santo disse: _”Ò Senhor, Vós salvastes o meu rebanho da morte certa, e como prometi aqui estou com o melhor exemplar da minha peara. È Vossa. Tomai-a , que a dou de boa vontade”.
Porém, notando que o santo não fizera qualquer menção de aceitar a oferta, foi-lhe dizendo ao mesmo tempo que a ataria a um dos seus braços e que ali a deixava para que fizesse do animal o que bem entendesse. Depois saiu da capela e dirigiu-se ao monte para apascentar o seu rebanho. Já no monte ouviu um grande barulho, e voltando-se para o lado viu a imagem de S. Paulo sendo arrastada pela cabra e na sua ingenuidade gritou: _” Ò S. Paulo, mãos de aresta, agarra-te a essa giesta!”
Mas o santo continuava a ser arrastado pelo animal e ele gritou de novo: _” Ò S. Paulo mãos de aranha, agarra-te a essa arreçanha!”
O certo é que nesse momento o santo se agarrou a duas arreças e ficando de pé deteve o animal pela corda. O pastor então aproximou-se do santo e na sua ingenuidade pensou que o santo não podia ficar com a cabra pois não tinha quem lha guardasse e ofereceu-se para tomar conta dela. Levou o santo para a capela e enquanto o animal foi vivo e sempre que por ali andava com o seu rebanho ia à capela dar louvores a S. Paulo assim como notícias da sua cabrinha.

Poiares: terra de lendas

Nos arredores da aldeia existe a Calçada de Alpajares ou Calçada do Diabo e o Penedo Durão. Sobre a Calçada também existe uma lenda que nos conta que esta foi construída pelo diabo.
Reza a lenda que em tempos antigos tudo por estes lados eram barrancos e precipícios medonhos, sem haver um atalho sequer.
Sobre a ribeira não havia ponte nem coisa mais ou menos rudimentar que a substitui-se.
Uma noite passou por ali um viajante a cavalo e como tinha que continuar a jornada e isso lhe era impossível, no meio do seu desespero pediu a Deus ou ao diabo que lhe valessem em tão apertada conjuntura. Foi o diabo que lhe apareceu primeiro e lhe disse: _”Se me deres a tua alma, antes de cantar o galo preto, te darei uma estrada e uma ponte para seguires a tua viagem sem o mínimo de perigo.” O cavaleiro aceitou, e o diabo pôs logo mãos a obra, mas quando o infernal pedreiro conduzia as últimas duas pedras para a ponte, canta o galo e o homem pôde atravessar o seu caminho sem comprometer a alma, e o diabo fugiu.
E ainda hoje qualquer pessoa que visite a Calçada do Diabo pode ver na ponte o lugar onde as últimas duas pedras deveriam ser colocadas caso o galo não tivesse cantado.

Poiares (2)

A aldeia de Poiares pertence ao distrito de Bragança e ao concelho de Freixo de Espada à Cinta. Tem 593 habitantes, sendo 520 maiores de dezoito anos e 73 menores.
Fica situada numa bacia hidrográfica que se situa entre uma linha de alturas em forma de ferradura com os seus pontos culminantes nos marcos geodésicos da Cruz (648 metros), do Calvário (711 metros), do Penedo Durão (727 metros) e da Ferreira (619 metros).
Poiares é uma aldeia simples de tipo transmontano que se tem desenvolvido lentamente desde longa data. Segundo dados obtidos em 1950, a emigração de muitos dos seus habitantes não permitiu maior desenvolvimento populacional. Em 1865 tinha 225 fogos e 855 habitantes, e em 1900 rondava os 880, em 2001 contava apenas com 593 habitantes.
Esta desertificação deve-se em parte à fuga das pessoas para o estrangeiro e para as grandes cidades do litoral português procurando uma qualidade de vida que na nossa aldeia parece não querer surgir. È que a actividade quase única ainda continua a ser a agricultura, que nem sempre dava os rendimentos e empregos/riqueza para muitos dos seus naturais. Aqui produz-se azeite, azeitona de conserva, vinho, laranja, milho, trigo (antigamente era mais centeio), mel e cera. Possui também algum gado ovino e caprino.

Poiares

Poiares

Chegada a Poiares prevista para as 16:00 horas de Sábado.
Estão percorridos 260 km.

quarta-feira, abril 20, 2005

Chuva? (2)

Tempo TM

Chuva no Domingo?
As probabilidades são de 60%!

Sé de Moncorvo

se_moncorvo

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Matriz da vila de Torre de Moncorvo, ergue-se no local de um templo paroquial primitivo da Baixa Idade Média. O ambicioso e majestoso monumento que hoje vemos iniciou-se em 1544 segundo um plano pouco ortodoxo que concebeu a entrada principal a Nascente e o altar-mor a poente, numa clara sujeição da obra ao traçado urbano da vila.
É uma obra maneirista, austera e de linhas severas, com contrafortes pronunciados e dominada pela exuberância e altura da fachada principal. Esta divide-se em dois corpos verticais sobrepostos: o inferior, que corresponde ao portal principal e às duas ordens de nichos que o sobrepujam, e o superior, formado integralmente pela maciça torre sineira.
O interior do templo encontra-se organizado segundo o esquema de hallenkirchen (igrejas-salão), sendo os cinco tramos das naves abobadados à mesma altura. Nas suas proporções e disposição geral, o interior revela a mesma austeridade e racionalidade do exterior, como se testemunha na longa série de tramos do corpo da igreja simetricamente abobadados.
A capela-mor ostenta na parede fundeira um retábulo barroco de talha dourada, e nas paredes laterais frescos alusivos a cenas bíblicas, entre as quais uma Última ceia. Outra notável campanha moderna foi a que deu origem ao retábulo lateral na nave do Evangelho, do século XVII, e com painéis alusivos à Paixão de Cristo.

Torre de Moncorvo (3)

Torre de Moncorvo

É por excelência a terra das amendoeiras, pelo que no fim do Inverno ou princípio da Primavera não param de chegar visitantes para se extasiarem com o manto branco das árvores em flor, ao qual se juntam os tons verdes e castanhos da paisagem.

Em sua honra, a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo organiza a Festa das Amendoeiras em Flor (em Fevereiro e Março), onde o visitante também pode aproveitar para desfrutar da saborosa gastronomia local.

Mas não é só nesta época que vale a pena visitar o concelho. A vila orgulha-se das suas ruas de traçado medieval e, sobretudo, da magnífica Igreja Matriz, do século XVI, com o seu retábulo setecentista que exibe cenas da vida de Cristo. Do castelo, ficaram restos da muralha e o curioso Arco da Senhora dos Remédios.

Perto da vila, na povoação de Adeganha, o visitante pode admirar um interessante templo romano-gótico do século XIII.

Na antiga povoação de Urros (fundada em 1172), ainda é possível encontrar colchas de borboto e felpa, tapetes, mantas de farrapos e sacos e toalhas de linho pacientemente feitos por algumas tecedeiras.

Mas é sobretudo agradável provar a doce especialidade da região: as amêndoas, como não podia deixar de ser, sobretudo as cobertas com uma fina camada de açúcar branco ou com chocolate e canela.

Torre de Moncorvo (2)

Especial destaque a alguns dos monumentos interessantes a visitar na vila: são eles a muralha medieval (séc. XIII- XIV), que circundava toda a vila antiga; os restos do Castelo Medieval que foi mandado construir por D. Dinis; a casa da roda, (onde se encontra, actualmente, o posto de turismo), casa típica da arquitectura rural transmontana, com varanda exterior de alpendre e uma pequena janela com data da 1785; a magnânima Igreja Matriz que demorou cerca de um século a ser construída, salientando o belo pórtico em estilo renascença sobre a entrada principal e, muitos outros que enriquecem a vila, e enchem o olhar e a curiosidade dos turistas. Tudo isto, aliado à excelente gastronomia e unidades hoteleiras de muito requinte, constituem ingredientes excelentes para passar um saboroso fim-de-semana.

Portugal dos pequeninos

PortugaldosPequeninos

Casa transmontana.

Igreja Matriz de Moncorvo

moncorvomatriz

A Igreja Matriz de Moncorvo é templo de maiores dimensões em Trás-os-Montes e tem como orago Nossa Senhora da Assunção.
A fachada principal, inserida numa imponente torre de cantaria que lhe acentua a verticalidade, ostenta um portal renascença de arco pleno, flanqueado por dois pares de colunas coríntias assentes em plintos comuns. Entre os colunelos, duas edículas e duas imagens. Sobre o entablamento, surge outro conjunto iconográfico, constituído por três imagens entre colunas da mesma ordem mas menores, dentro de nichos barrocos, recortados em concha. Rematando a composição, rasga-se uma janela envidraçada também de arco pleno, recortada entre dois colunelos e sobrepujada por um frontão vazado assente na arquitrave.
A igreja possui quatro altares laterais, sendo os do lado da epístola dedicados a Santo António e às Almas e os do lado do evangelho dedicados a Nossa Senhora do Rosário e aos apóstolos Pedro e Paulo.
A capela-mor, quase da altura das naves, apresenta igualmente uma bela abóbada de pedra, já não polinervada, mas esquartelada e pintada, fingindo caixotões.
O altar-mor ostenta um precioso retábulo setecentista, executado em 1752 por Jacinto da Silva.
As paredes estão pintadas com frescos da autoria de Francisco Bernardo Alves, representando a "Última Ceia" e "A Virgem Comungando". Sob os frescos subsistem as duas filas do antigo cadeiral do cabido.

Acesso: Largo General Claudino e Dr. Balbino Rêgo

Protecção: Monumento Nacional, Dec. 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910.

Torre de Moncorvo



Chegada prevista pelas 13:30 horas de sábado.
Encontram-se percorridos 220 km.
O almoço será no "Lagar", lugar afamado pelas suas comidas transmontanas.


terça-feira, abril 19, 2005

Castedo

Castedo

Sábado, 12:00 horas (mais minuto, menos minuto).
Chegamos a Castedo.

Matança do porco


matanca_porco

"A raça é nobreza, a cabra é mantença, a ovelha riqueza, mas o porco é tesouro"

ZZZ

ZZZ

Não é sono, não.
P'ra lá do Marão, vamos encontrar muitas curvinhas...
Será boa ideia levar umas pastilhinhas para o enjôo.

segunda-feira, abril 18, 2005

Vai chover?

Tempo

Aqui está a previsão para Mirandela.
Vamos cruzar os dedos...

Passeio a Trás-os-Montes

Passeio a Trás-os-Montes

Pois é!
O dia da partida aproxima-se...
O tempo está feio (finalmente a chuva).

Torre de D.ª Chama



Tamborileiro



Mirandês

Mirandês

Gaiteiros

gaiteiros

Da região de Trás-os-Montes, este conjunto é composto pela gaita de foles, caixa bombo. É o grupo instrumental mais importante da região para as grandes festas. Danças de Pauliteiros, procissões, peditórios, ofícios religiosos, Festas dos Rapazes, etc.

quarta-feira, abril 13, 2005

Gaita de Foles

gaitatrs

Em Trás-os-Montes existe um tipo de gaita, de construção artesanal, semelhante morfologicamente à gaita sanabresa ou alistana, (de Sanabria e Aliste, comarcas espanholas fronteiriças), mas com características algo diferentes; possui um ponteiro de furação larga, de digitação aberta, preso no pescoço de um fole de cabrito, com um ronco, maciço, pesado, preso na pata direita e o soprete preso na pata esquerda; a tonalidade oscila entre Si, Si bemol e Lá, dependendo dos artesãos. Possui uma escala peculiar, com intervalos de meio-tom entre algumas notas; trata-se de uma escala não-temperada que tem despertado a atenção de numerosos etnomusicólogos.

A generalidade das gaitas deste tipo parecem seguir mais ou menos esta escala não-temperada, semelhante às escalas usadas na flauta pastoril e nas tonalidades vocais utilizadas na região.
Também aqui a formação mais habitual é o grupo de Gaiteiro, Caixa e Bombo, sendo que o gaiteiro abre as festas sazonais com Alvoradas, acompanha habitualmente as procissões e as danças de "L's Palos" (mais conhecidos por "pauliteiros").
As práticas musicais e os próprios materiais de construção dos instrumentos estão profundamente envolvidos no contexto agro-pastoril desta região. Esta gaita está a tornar-se bastante popular e há cada vez mais tocadores jovens a interessar-se pela características próprias do instrumento e a querer preservá-las intactas, sendo que nos últimos anos em Trás-os-Montes e Miranda do Douro, se tem verificado uma revitalização cada vez maior das práticas musicais associadas a ele. Curiosamente, também fora da área geográfica transmontana existe um certo público urbano que se interessa cada vez mais por este instrumento.